domingo, outubro 11, 2009

Chegou...
como seria de esperar
trouxe na sua fragância
o segredo da infância
da inocência do olhar

Mas eu sabia quem era
não é a primeira vez que a vejo
mal ela sabe (quem lhe dera!!)
que um dia já foi desejo

Chegou pois, impaciente
como uma faena num poema
olhar de demente, de pura serpente
sorriso de iena

-Sou a morte, e vim para te buscar
mas tiveste sorte, vai outro no teu lugar

- Vai à merda !!- disse-lhe eu
quem tu queres já morreu
se desejas algum corpo
leve então o meu

Pensas que és negra
escura como breu
mas eu tenho uma regra
-NINGUÉM É MAIS NEGRO QUE EU-

Anda, não sabes o que tenho aqui
vou-te levar a uma história
num canto da minha memória
em que eu próprio já morri
anda
à lugar para ti

Anda... vem
Pensar que és dor e podridão
pensas que matas com devoção
vou-te tratar com desdém

Anda, Morte de colossos
Vou-te mostrar que és ilusão
vais senti-lo na carne, no sangue, nos ossos
vais sentir toda a dor
vais provar do teu horror
anda
eu sou a tua própria escuridão
eu sou o teu caixão
anda

1 comentário:

Absonus Noctis disse...

Muito bom...Somos a nossa própria morte...